A justificativa: “Não vejo como fechar um canal pode ser visto com algo que não seja uma medida antidemocrática. Nós, membros da organização, temos que apoiar e defender a democracia sempre. Esta não é primeira medida desse tipo na Venezuela, mas talvez a mais dura”.
Foi então que Nicólas Maduro, representante venezuelano, levantou a voz e pediu respeito à soberania de seu país. E não foi só: deu uma alfinetada no governo Bush ao sugerir uma investigação na base militar de Guantánamo, onde os EUA mantêm, desde janeiro de 2002, cerca de 380 supostos terroristas – na maioria afegãos e iraquianos – aprisionados, sendo estes vítimas de tortura e humilhação, segundo a Cruz Vermelha Internacional. “Já que vamos tratar de direitos humanos, é preciso fazer um estudo detalhado sobre as violações dos Estados Unidos”, ressaltou Maduro.
Em uma réplica desastrada, a secretária de Estado justificou que “seria difícil para qualquer comissão debater mais, investigar mais e criticar mais as políticas americanas do que é feito toda noite pela CNN, ABC, NBC ou CBS [todas elas emissoras norte-americanas]. Essa é uma questão de liberdade de imprensa”.
Já que é uma questão de liberdade de imprensa, Maduro propôs na tréplica, que Washington permita à emissora estatal Tevês, entrevistar os presos de Guantánamo. “É algo monstruoso, só comparável à época de Hitler, que ainda existam prisões clandestinas, com prisioneiros sem rostos e sem nome”, disse.
Condolezza Rice, sem argumentos, abandonou a reunião. Era uma vez aquele velho ditado popular: “quem fala o que não deve, ouve o que não quer”.
delivery Outros bons conselhos que vovó certamente daria a Condolezza:
Em boca fechada não entra mosquito;
Quem com ferro fere, com ferro será ferido;
Quem conversa muito dá bom dia ao cavalo;
Quem procura acha;
O barato sai caro;