Porque no Brasil é assim: jogar uma menina pela janela é tragédia, comoção nacional. Padre Adelir de Carli ser atingido por uma rajada de vento, não saber utilizar o GPS e continuar desaparecido, motivo de piada, sarro geral. Não estou menosprezando a barbárie do assassinato de Isabella. Óbvio que não. Nem estou comparando os casos. Só acho que bancar o emotivo para minutos depois brincar com a morte de alguém é perverso demais.
Que me desculpem os redatores do Pânico ou do site Kibeloco. E todas as pessoas que tornaram a montagem do padre um dos grandes fenômenos virais da rede nas últimas semanas. Não há razão que justifique tamanha imbecilidade. Não tem desculpa. E comparar o acidente do padre com o quadro em que Sabrina se pendurou em balões em trajes íntimos, ou rir de uma suposta chamada de GPS não é humor, e sim estupidez sem sentido. Diria até mais: é pecado!
Decidiram que zombar da desgraça dos outros em troca de audiência e popularidade é irreverência, humor-negro. O padre caiu, sofreu. Não foi amortecido por nenhuma palmeira de 60 cm. Familiares e amigos estão sofrendo, angustiados com o corpo que não é encontrado. O povo, “swing sangue bom”, continua rindo.
***Fotos do “humor” do kibeloco.com.br