Todas as fotos que ilustram este post pertencem a ela e foram copiadas sem permissão do seu álbum no Flickr que pode ser acessado aqui. Emoções, flagras e exposições intimistas, por vezes até sem sentido, mas que tornam-se compreensíveis dentro do contexto de auto-aprendizado e conhecimento pelo qual ela vem passando.
Lorena nunca fez aula de fotografia, não estudou artes plásticas e utiliza apenas uma câmera amadora de baixa resolução. Como todo bom artista é sensível e temperamental e transmite tudo isso de forma crua e fascinante, sem a preocupação de acertar. Erra por não seguir uma linha clara deixando suas fotos perdidas, sem profundidade e história. Apenas flashes sem início, meio ou fim. Mas ainda é muito cedo para definir e criticar o seu trabalho, claramente em busca de uma identidade.
Com idéias sempre à frente nunca foi de muitos amigos. Poucos a compreendiam. Tentou se encontrar nas faculdades de publicidade e farmácia, naturalmente sem sucesso. Num ataque de loucura riscou sua perna com uma tesoura. Criou uma tatuagem incrível e perturbadora para cobri-la. Apareceu inúmeras vezes em minha frente vestindo roupas das mais estranhas e inusitadas – todas criadas por ela. Uma calça velha se transformava em uma saia de cortes únicos. Chocou, chamou atenção, teve de ouvir comentários maliciosos, depreciativos, olhares invejosos. Uma temporada em BH cursando moda e por fim a etapa que tanto precisava: Holanda, isolamento de suas origens, solidão, exposição máxima a valores culturais por vezes conflituosos e controversos.
Choque, introspecção e criação resumem o momento atual de Lorena e seu jeito quase único de unir com um sentimento – ora gótico ora romântico – moda e artes plásticas. É apenas um começo cheio de erros e acertos, de exageros e pura inocência. Liberdade à artista.