Todo brasileiro ufanista que se preze está HORRORIZADO com os containers de lixo que atracaram em nosso porto. E eu fico admirado com o ineditismo dessa notícia e a repercussão calorosa que ela vem gerando. Convenhamos, não é de hoje que recebemos todo tipo de lixo dos ditos países desenvolvidos. Lixo orgânico, químico, cultural, econômico, humano. Não presta, manda para cá. Já deviamos ter nos habituado com uma questão que se impõe desde o período colonial: entregamos nosso melhor por um trocado de quinquilharias. A velha história da dignidade por espelhinhos… e gadgets e mais gadgets! Nossos minérios, animais silvestres, diversidade botânica, nossa floresta, nossa terra, por artigos “indispensáveis” ao novo homem.
E nada de muito novo, de novo. É como de fato somos vistos. Além do futebol, do sexo e do carnaval, o que sobra na mente européia é um amontoado de lixo que não vale nada. Como é mesmo o forró? Vocês não valem nada, mas eu gosto de vocês… melhor, a gente não vale nada, mas eles gostam da gente. Acharam finalmente uma utilidade, algo que nos justifique.