Eu sei que muita gente já elogiou, que o programa não é nenhuma novidade e desde a temporada passada quando estreou é sucesso de crítica, mas como isso aqui é um blog e eu posto o que bem entendo, lá vai: Profissão Repórter é de longe o melhor programa da televisão brasileira.
Aí vocês podem pensar que falo isso porque tenho uma formação jornalística estampada no meu currículo, como se eu tivesse o maior orgulho disso. Oras, sou jornalista, mas não exerço, do que adianta? E quer saber, não me vejo com um microfone na mão passando por metade das situações que aqueles repórteres passam.
Por exemplo, ontem o programa contava com personagens isolados, abandonados nesse mundão de terra que é o Brasil. Até aí Ok, ema ema ema cada um com seus problemas. Mas não dá para ficar indiferente – ou imparcial, como eu ouvi tantas vezes durante a graduação – diante de histórias como a da menina Janiela que vive na Serra do Cafundó, sem água, luz, saneamento, bolo de aniversário e o pior, comendo feijão em TODAS as refeições, porque os R$ 95 do Bolsa família só garante o arroz por quinze dias.
Caco Barcelos permitiu-se não ser tão parcial: cantou parabéns e abraçou a menina. E só. Eu no seu lugar teria aberto a carteira, comprado um bolo, balão, boneca e tudo mais que pudesse, o que reforça a minha total incompetência jornalística: não consigo não me envolver, tenho a tal síndrome do super-herói . Se bem que com o salário de jornalista não daria para fazer muita coisa, mas com o poder da vênus platinada estampada no microfone mobilizaria meio mundo para não só denunciar, apresentar ou retratar, mas principalmente ALTERAR o rumo daquelas vidas. Vai dizer que a menininha lá não merece mais do que um prato de feijão e um abraço no dia em que completa doze anos?