PA-LHA-ÇA-DA

Hora do intervalo em toda a putaria que se estabeleceu nesse espaço. O assunto é sério, ou engraçado, sei lá! A sacanagem, ou a falta de vergonha na cara de certos candidatos do horário eleitoral, é o tema de minha entrega de hoje.
Não por menos (ele merece, convenhamos), a bola da vez e vedete do período eleitoral é o humorista/palhaço Tiririca, com candidatura tão esquisita quanto a dos cantores do KLB; a da “curvilínea” mulher pêra; do ladrão de vasos de cemitério – e também estilista, apresentador e cantor – Ronaldo Esper; do agressor de mulheres – e cantor e apresentador – Netinho, do pugilista Maguila; ou ainda a drag queen travestida de Marylin Monroe com sobrenome de bebida alcoólica e língua presa, Salete Campari.  Veja o copilado de vídeos aqui
O fato é que, segundo a Folha de São Paulo, Tiririca pode chegar a 900 mil votos e se tornar o deputado federal mais votado de todo o país! O que explica esse sucesso?
Suspeito que a maioria desses eleitores não está interessada em propostas (ele tem alguma?), uma vez que a campanha do candidato utiliza-se  do slogan “pior que tá não fica”, e no comercial diz sem pudor que não sabe o que um deputado faz.  Tudo muito honesto, sem floreios.
Parte do sucesso da campanha de Tiririca se vale do próprio sistema em que estamos inseridos.  De dois em dois anos todos os brasileiros se vêem obrigados a votar, muitas vezes sem o discernimento mínimo das competências de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Roubam? Desviam? Mentem? Ok, tudo bem… e o quê mais? 
Brasileiros comparecem em massa as urnas, sem entender a importância do ato cívico e como aquilo pode impactar diretamente o seu futuro.  Isso quando são capazes de lembrar o nome e o partido dos políticos votados! “Cobrar? Para quê?!? Não vai dar em nada mesmo!”. Somam-se ainda os inúmeros casos de corrupção, as incontáveis promessas esquecidas, os projetos fascinantes engavetados… 
Tiririca representa para todas essas pessoas uma resposta: pior do que está não fica. Se tudo é uma zona ou um circo, vamos pelo menos rir um pouco. A sua alta popularidade é uma reação a todos os casos explícitos de corrupção que nos fizeram acreditar que tudo não passa de uma grande palhaçada, uma verdadeira piada. O porém, agora, é a troca das peças, a inversão dos papéis: o povo mostra de quem quer rir e coloca de uma vez por todas o nome nos bois. Faz sentido.
Mais: ao contrário dos outros, Tiririca é o único que diz a verdade a sua audiência.  Ele não vai melhorar a segurança pública, construir postos de saúde, priorizar a educação e toda aquela balela de sempre. Com ele, Brasília não ficará melhor, mas tampouco piorará. Ele não sabe o que fará e, por isso, não promete nada.  Melhor assim.

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