Você revela o seu melhor e espera ser compreendido perfeitamente, mas não! A humanidade te enxerga com o que há de pior. Bem-vindo a era do pós-contexto. O que anda fazendo agora? Não importa… Eu comparo e julgo, sem notar que, toda história, tem início, meio e fim; Sem querer saber como você chegou ali ou o porquê de estar se mostrando. Da carência ao puro exibicionismo, não interessa as razões: elas são suas e não minhas.
Você mostra o que está comendo e eu desejo sua comida, quero sua vida, vestir suas roupas, estar aonde você está… Mas não assumo. A vida é sua, não minha. Não dá para ser protagonista em tudo. Eu curto ou finjo não ver, o que depende bastante do meu momento, do quanto você me tira do prumo. Sempre eu, nunca você.
O engraçado é que você sente o mesmo e é quando o ciclo se fecha. E começa mais uma vez. Daqui e daí, sem cansar. Tem cobiça, inveja, egoísmo, hedonismo e narcisismo. Aspirações fantasiosas, atuações em 15 segundos ou num clique — o perfeito — até que você pareça de fato maior do que é.
O mundo fica melhor: mais chique, bonito, em forma, gostoso. Impossível de abandonar! A dependência é o subterfúgio perfeito que precisamos para continuar. A disputa, o jogo, a vida. Você nega, disfarça, finge não se importar, mas não convence. Está estampado na cara, nos posts, nas entrelinhas das palavras e no melhor ângulo que busca a todo custo.
A nossa relação está contaminada. A concorrência é estimulante. Somos competitivos o bastante para levar o ideal de vida perfeita ao extremo, insensíveis o suficiente para bradar que fomos melhores e não ligamos de constantemente ter de provar um valor que sequer foi questionado. Somos dois idiotas.