Ela reveste sonhos e traz com ela o mundo. É uma janela criada para encantar, embora tantas vezes se torne a vitrine do horror.
Ela revela tudo aquilo que fomos capazes de ter, e guarda o que ainda resta de nós. São tantas histórias ali dentro, que vão além do que nossos olhos são capazes de notar.
A caixa é proteção, mas também é separação. Nós aqui, eles lá. É um cubo que foi afinando até não que não tivesse mais que a distância entre o polegar e o indicador.
Mas a mesma caixa se abre e se torna uma imensidão… É lixo, dizem uns, aquele muro acolhedor de tantos outros. É alienação e marginalização. É status e é pobreza. É ilusão!
A caixa televisão. A caixa casa. A caixa que transporta, a caixa que abriga. Produtos e pessoas dentro delas. Empacotados. Classificados. Como mercadorias. Bens não-duráveis, extremamente perecíveis. Lixos. Jogo implacável que temos visto por aí, a desigualdade em um papelão.