A Preguiça de Você

Entre os significados daquilo que chamamos “preguiça” – da propensão para não trabalhar, demora ou lentidão em agir ou o gosto de estar na cama, de se levantar tarde –  resolvemos que seria adequado usá-la para atacar uns aos outros: agora eu tenho preguiça de você.

É a falta de paciência, de tino, de tolerância, de vontade de seguir em frente com uma discussão, em uma relação. A preguiça cria ojeriza, repulsa, irritação e é um dos atalhos abertos, no emaranhado de emoções que nos compõe, para a raiva, a ira e a agressão.

A preguiça vem com reviradas de olhos, com desdém e deboche. Ela é usada como argumento de quem quer ter a última palavra e encerrar um possível confrontamento idealizando infantilmente que tudo o que existe gira em torno da disposição que tem de continuar ali… Ouvindo tanta baboseira, lendo tanta besteira, discutindo com ignorantes. É cansaço mental, aversão emocional e uma repulsão entre as partes que parece instintiva. Mas que é puro egoísmo e senso (errado) de superioridade.

Não tem escapatória: tamanho desleixo e negligência não saem barato em um mundo que precisa falar, ouvir, tolerar e cooperar mais. Sem esforço, disposição e algum empenho, nós continuaremos a ver como essa “preguiça de você” torna a vida ainda mais difícil de ser levada. E ainda que as vezes seja complicado, não existimos um sem o outro. Paciência…

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