A Saudade é Minha, A Infância Agora é Deles

Ah, o saudosismo… Lembrar daquele tempo em que éramos felizes e não sabíamos. Das risadas despreocupadas, do fim do mês se aproximando sem que precisássemos fazer contas para que tudo coubesse no orçamento, dos problemas que eram tão pequenos que hoje em dia mais parecem parte da grande brincadeira que é ser criança.

Tinha a queimada, o pique-pega e o pique-esconde. Tinha que enrolar para não arrumar o quarto, para não estudar para as provas. Lembra dos domingos na casa da avó? Ela preparando bolinhos de chuva ou biscoitos de polvilho, que comíamos sem pensar na balança, nos quilos a mais.

Hoje a gente vê crianças vivendo realidades virtuais. O videogame – que eu cheguei a ter quando era criança – tornou-se o protagonista do tempo livre, disputando espaço com computadores e canais de televisão com uma programação feita só para eles. As corridas são em universos virtuais, sem sair do lugar, ali mesmo na sala. Está tudo tão diferente!

Não vou cair na armadilha de pensar que as crianças de hoje não sabem o que é bom, que não aproveitam direito a fase em que estão. Elas vivem conforme suas necessidades, adaptadas à realidade desse mundo tão maravilhosamente novo que surge diante de nossos olhos. 

E assim como foi com nossos pais, que não entendiam da nossa infância, e com a gente, que se espanta com essas crianças modernas, quando for a vez delas  terem suas próprias recordações, certamente irão se impressionar com a velocidade com que tudo passa e lamentar que só reste nostalgia. A saudade pertence a quem se permite viver no seu tempo. Só dá para sentir falta daquilo que passamos e experimentamos… E é incomparável tudo isso. 

Tento manter os pés no chão e a consciência firme: para os meus filhos, primos, amiguinhos, espero apenas que curtam ao máximo tudo que significa ser criança agora. Porque se tem uma coisa que eu gostaria de ensinar a eles, é que tudo passa tão rápido, que quando a gente se dá conta já foi.

 

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