Estou pronto para outra. Preparado e sentindo-me totalmente recuperado, vamos pensar que sim. Bate aquela ansiedade normal… Viver é lidar a todo tempo com o desconhecido, com os imprevistos que o universo nos prepara.
Sabe aquilo, isso mesmo que você lembrou, que não está ao alcance da sua visão e das suas mãos e que te tira do sério? Pode ser o movimento da lua, do sol, dos planetas. A maré e a paciência que enchem até explodir. A maré e a autoestima, baixíssimas, a ponto de você não reconhecer o valor das suas ideias, a achar que os outros têm razão e são melhores. Tolice… Se valoriza, mané!
Pode ser uma medida envolvendo números, a bolsa, o mercado, a economia, que cai como uma bomba no alimento que você coloca não coloca dentro do carrinho do supermercado. A fila de pessoas procurando emprego que há tempos você não via, mas que te deixa triste e desesperado por poder ser o próximo. As estatísticas, os dados, as perspectivas, os prognósticos, que te colocam como mais um número dentro de uma escala impossível de ser abraçada.
Pode ser a reação NÃO ESPERADA por algo que você fez ou deixou de fazer. “Você tinha que ter dito”; “Se tivesse se posicionado…”; “Você não deveria deixar passar”; “Por que você foi abrir a boca?”. Pode ser também a reação ESPERADA por algo que você fez ou deixou de fazer. A sua vontade de caçar uma confusão e de se sentir melhor que alguém. É jogar-se na honestidade consigo mesmo, com seus princípios, crenças e valores ou com suas mentiras e falsas ideologias para sair por cima. Ou quem sabe agir com desinteresse, com folga e de forma relapsa para ferrar mesmo, para botar para foder. Fodam-se eles, não é?!
A sensação geral é que está tudo muito difícil, e não só “a situação”, “a política” e “a economia”. Nós estamos difíceis, cada vez mais complicados e perturbados sem saber lidar com as pressões externas que caem no colo. Ao invés de parar e tentar desarmar essa bomba, preferimos por ainda mais carga explosiva. Colocamos lenha na fogueira e passamos para frente, batata quente, quente, quente, até que não tenha mais saída e exploda em alguém. Respiramos aliviados sem dar conta dos respingos que caem diretamente em nossas cabeças.
Sim, era “a” oportunidade de pensarmos juntos, mas foi “o” suicídio; ou o <sincericídio>, para os chegados em novos termos. Causa e causador na mesma sentença, dividindo espaço. Parecemos eternamente condenados a equalizar essa balança por uma sensação de ordem e justiça. A superar e a seguir em frente. A pensar que estamos novamente preparados para levar porradas.