Entre tanto que é dito, o silêncio faz-se arma. Mas como é difícil controlar a vontade de colocar tudo para fora e bater e rebater até sentir-se leve. É a hora em que costuma bater o arrependimento… tarde demais!
O que não é dito, o que fica subentendido num olhar ou na falta de envolvimento direto na conversa, vale por um textão: é completo, direto e capaz de destruir até mesmo os que se dizem fortes e articulados. Ninguém está preparado para lidar com isso.
É sinal de inteligência, de malícia e de controle. É concentração, reflexão, análise e autoconhecimento. Preciso mesmo dizer algo? O que se ganha expondo um pensamento? Quais serão as consequências de um posicionamento no calor do momento? Ajudará ou ampliará as arestas?
O silêncio pode ser desdém, indiferença e alienação. E quase sempre mostra maturidade. Calar-se nas horas certas é para poucos, um artifício estratégico daqueles que comandam o jogo.
O silêncio tem a capacidade de constranger uma cena mal ensaiada; de mostrar que falta talento, envolvimento, nos diferentes palcos em que atuamos nesta vida.
E, em algumas vezes, basta poucos segundos para que se materialize uma eternidade: o tempo para, o coração dispara e uma bomba se arma bem em nossas mãos. O que fazer? Para onde correr?
O silêncio que é dos inocentes, que pode ser consentimento, culpa ou o argumento dos sábios; é afago e pura expressão (embora pareça só ausência). Pode significar qualquer coisa até mesmo “nada”. É tão importante que sempre cabe uma questão: ¿Por qué no te callas?
Vou tentar fazer o mesmo.