O título deste texto é propositalmente provocativo. Antes do horror e da réplica passional, tente sair da zona da fé cega, pensando numa sociedade sem “cruzadas” ou levante missionário, sem bombas amarradas ao corpo, sem agressões a quem pensa diferente, sem políticos-fiéis jogando contra o avanço da ciência.
Que me desculpem os crentes (quanto mais fervorosos, piores), mas esse Deus em que vocês tanto confiam, é usado a torto e direto para justificar as maiores atrocidades deste mundo. E corrijo o título: Deus pode até ser amor, mas a forma como vocês “O” entendem não. Bem longe disso!
Vamos de uma notícia, dentre tantas, sem cair no lugar comum dos prejuízos provocados pelo extremismo. A Holanda, país de maioria ateu e cujas políticas sociais estão entre as mais progressistas do mundo, enfrenta uma crise penitenciária onde, vejam só, sobram celas e faltam condenados.
O link entre assuntos não é forçado e ele bate sim na importância da educação, de um estado realmente laico (sem maniqueísmos), do entendimento e respeito das liberdades individuais com regras claras e justas para todos, de políticos legislando a favor da sociedade e não de causas pessoais. O resultado é consequência e a qualidade de vida, um direito alcançado.
Está pra existir uma “nação cujo Deus é o senhor” livre de opressão, conflitos/guerras, desrespeito ao indivíduo e gozando de convívio pacífico. E como é cômodo acreditar num merecido paraíso que só virá quando não estivermos mais neste mundo.