Editorial: Catraca Travada

Ainda sobre a tragédia da queda do avião que levava jornalistas e jogadores do Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, a página do Catraca Livre achou que seria pertinente – ou ainda como justificado num editorial publicado logo em seguida,  “relevante jornalisticamente”  – “mostrar outros aspectos da tragédia como, por exemplo, o medo de voar e os mitos” (veja abaixo).

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Já temos assim o grande case do ano do jornalismo na internet: Catraca Livre e o oportunismo online. Além da bizarra espetacularização da tragédia e da busca desmedida por cliques, faltou no mínimo sensibilidade para entender o momento e um pouco de respeito às vítimas, familiares, amigos e conhecidos de quem estava à bordo.

Não, time do Catraca, vocês não entenderam as críticas nem muito menos tiveram respeito a elas.  Em momentos assim, não é o pânico que se espraia, mas sim a consternação da perda, os sonhos e planos brutalmente encerrados e a busca por uma explicação para tudo o que houve. Não é “necessário mostrar que o avião é o meio mais seguro de transporte” e muito menos “contribuir para que as pessoas saibam lidar com problemas”, uma incoerência já que vocês notoriamente não estão sabendo lidar com este.

Sempre será melhor não ter o que dizer do que crescer com factóides e vocês merecem sim esta avalanche de críticas que estão recebendo. Como comentei em um post no Facebook (veja abaixo), é preciso entender que a mesma internet que levanta, DERRUBA!

[Atualização 16:15] O pedido de desculpas veio em três posts, um deles ancorado no ditado popular batidíssmo “quem nunca errou que atire a primeira pedra“. Ruim novamente isso de transferir a culpa para o colo dos leitores.

Como comentei por lá, fica claro o despreparo do time envolvido, que precisa de um curso de gestão de crise e, com urgência, uma definição de LIMITES editoriais. Nem tudo que a gente pensa, precisa ser externalizado; nem tudo que achamos uma boa sacada, de fato é.

No meu entendimento, assim deveria ter sido o pedido de desculpas desde o começo:

“O Catraca Livre errou e reconhece. Mais: se compromete a ir além do mea culpa, partindo para uma avaliação mais apurada das pautas e uma tratativa mais responsável e respeitosa com os milhões de seguidores que temos. Pedimos desculpas a todos e muito obrigado pelos comentários que nos fizeram cair na real”

1 comentário em “Editorial: Catraca Travada

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