Empatia, quando bate ou não, acontece e não há como escapar. A atração e a repulsa, o desejo de fazer parte da história de alguém e a vontade de nunca ter cruzado um certo caminho. Geralmente dá para saber no primeiro “oi” quando a energia não combina, quando os santos não se dão. Achar uma zona comum, de convívio pacífico, harmonioso e respeitoso, passa a ser – quando necessário o prolongamento da relação – uma jornada tensa, em corda bamba. Andando sobre ovos, tateando no escuro para saber até vai o limite de cada um. Haja paciência e jogo de cintura.
É claro que no meio do percurso sempre pode aparecer uma boa surpresa, aquela pequena chama suficiente para jogar por terra todo o preconceito adquirido e queimar feito palha seca. Ou ainda um erro de percepção que nos faz julgar bem uma pessoa do mal, daquelas que só querem nos sugar, menosprezar. O mal existe e está entre nós. Vida que segue, pessoal. Corte a relação e siga em frente sem culpa. Por você e por quem te quer bem. Podemos viver sem sermos amigos de todo mundo, sem sermos uma unanimidade entre quem nos cerca. Poucos e bons sempre serão melhores que uma legião de admiradores-urubus.
Não trate o seu ambiente com apatia ou como se estivesse em letargia. Você é um ser pensante, com vontades próprias; repleto de pré-conceitos, traumas; traz consigo a bagagem de uma vida e as lições aprendidas com decepções e falsas impressões. Tire lição disso, dê a chance, mas sem apostar todas as fichas em uma pessoa. Não despreze o seu feeling das coisas: anos de evolução nos trouxeram até aqui com a percepção necessária para saber o que nos faz bem. E também o que não faz.