Lembro da primeira aula do curso de Comunicação Social que frequentei lá em 2002, quando ouvi de uma professora que não existiam respostas erradas, mas sim mal argumentadas. De modo simplista, era a abertura que precisávamos para nunca mais estudar na vida concentrando nossos esforços em sermos assertivos na forma como conduzir uma linha de raciocínio.
Porém, questionar verdades, o estabelecido, aquilo que por anos foi construído como correto, é terreno minado em uma sociedade tão propensa a erros. Sim, porque a história nos prova que erramos mais do que acertamos, e o quanto isso é fundamental para nosso aprendizado.
Evoluímos repudiando os casos de erros. Criticamos, julgamos, condenamos, sem que contudo tenhamos chegado perto de exterminar essa capacidade que muitos têm de pisar em falso conscientes dos impactos na vida de outras pessoas.
É por falar em erros, na capacidade de crescer em cima deles, que entendo, mas não acredito no pedido de desculpas da Odebrecht. A construtora, que está por trás do desvio de bilhões de nossos cofres públicos, com todos os impactos diretos e indiretos na vida de tantos brasileiros carentes de assistência do governo, deve mais do que um mea culpa ou o reforço de que está contribuindo para o combate à corrupção (leia aqui a nota publicada pela empresa).
Palavras bem escritas de um discurso de quem é pego em flagrante num beco sem saída. Falácias! Caso os esquemas não fossem desarticulados pela Operação Lava Jato e sua liderança presa, a empresa manteria o compromisso ético ou permaneceria sustentando seu crescimento em caixa 2 e compra de influência?
Resta a cada um de nós acreditar se a desculpa vem pela consciência (aquilo capaz de nos fazer mudar, crescer e evoluir) ou pela falta de uma opção melhor. A construção de uma verdade, a nova Odebrecht, é ficção que estamos dispostos a aceitar? Foi como comentei em um post no Facebook…