Passando super rápido por aqui para repercutir a decisão do futuro prefeito de São Paulo de transferir a Virada Cultural – que atualmente ocupa o centro da cidade – para o Autódromo de Interlagos. Tudo cercadinho, policiado, dentro de um script de organização (como só mesmo um bom gestor poderia proporcionar).
É claro que não demorou para a decisão ser questionada/criticada por internautas e imprensa, incluindo aqui ótimos editoriais da Folha de São Paulo e Estadão, que foram taxativos ao afirmar que “sem a dimensão urbana, a Virada dará muitos passos para trás” e que “confinar a Virada em um autódromo será o primeiro grande erro de João Doria“. Sim, o primeiro grande erro.
A gente sabe que o novo prefeito tem além das infinitas promessas higienistas (lixo vivo X lixo urbano X lixo humano) uma dívida com seu padrinho Geraldo Alckmin, o que poderia ser uma boa explicação para aliviar o trabalho policial envolvido em um dos principais eventos gratuitos e de redescobrimento do abandonado centro da cidade. Ajudaria (E MUITO!) a narrativa de que os números de segurança melhoraram com a gestão coordenada do estado e da cidade. Ganharia Doria em seu primeiro ano de governo e Alckmin em um ano estratégico para se lançar como candidato a presidência desse nosso país de imagens (e não fatos).
Tô ligado que a promessa de João Doria é ACELERAR esta nossa cidade, mas não precisa fazer tudo ter a ver com velocidade. Interlagos é pista, virada é descoberta! E suponho que o novo prefeito esteja prestes a descobrir outra coisa importante: que a voz do povo é a voz de Deus e que apressadinhos costumam comer cru.