Contorne conceitos e bata de frente com o que mais incomoda. Meça isso de cima a baixo para só então olhar bem lá no fundo com bravura. Não tenha pressa para se livrar da sensação desagradável que é estar dentro do jogo, tão parte da mesquinharia e estupidez cotidiana. Tampouco adianta correr dos seus monstros: encare-os, confronte-os, até achar um ponto fraco capaz de enfraquecê-los; até encontrar uma forma de desmistificá-los e superá-los. Continue então em frente, dobre novas esquinas.
Perca-se dentro da infinidade de caminhos que se abrem em um ser tão complexo como só você é. Perder-se em nossas certezas e incertezas permite fincar raízes e arrancá-las também; mantém nossos pés no chão, pisando em ovos ou flutuando. Dá flexibilidade para que balancemos para os dois lados conforme o vento das mais profundas impressões e preconceitos… Que nos preparemos para o próximo passo e que pisemos em falso. As vezes a tontura é forte e nos joga terra abaixo, mas daquele chão duro e frio dificilmente passaremos. Com um pouco de força, com boa vontade, levantamos mais conscientes do valor da queda. A leveza de estar em paz com nós mesmos é nossa aliada.
Saiba como se movimentar, a hora de avançar e recuar. Pare para avaliar se realmente está na direção correta sem desperdiçar um milésimo de segundo tentando silenciar a voz que reverbera dentro de você: você pode, você é capaz, você vai conseguir… Nunca duvide disso.
Siga sem pensar no que deixou para trás, mas caso descubra que a escolha não foi tão boa, que preferiu o caminho mais longo e tortuoso, encare essa jornada como razão fundamental para que você chegasse lá, aqui ou aí. Os meios e o fim são interligados por construções e desconstruções difíceis de serem mensuradas.
Por fim, não compare aquela estrada com qualquer outra. Compreenda os limites de onde pode e quer chegar, de quando deve parar ou recomeçar, da hora de se perder para só então se encontrar. Achar-se é chegar com sucesso lá no ponto final.
Sempre defino aqueles problemas de nossa intimidade como “o meu monstro”, e o texto relata bem isso. O maio problema está em enfraquecer o “monstro”, que na maioria das vezes o queremos “fortes”, ou “vivos”, pois ele nos faz “movimentar” e nos ensina a “avançar e recuar”. A alma se alimenta dele.
É bem por aí mesmo, Wanderson!