Lobisomem

Uiva o lobo em mais uma noite solitária
Saindo das trevas, vai anônimo
Domina o silêncio precedido de estrondo
Levando consigo uma só mensagem:
pahhh, vrumm, bumm
Auuuuuuuu…

Uiva o homem solitário
Transformando nosso viver
Redefinindo a cada dia
O que entendíamos sobre maldade
E que agora é só terror

Em uma praça, numa rua
Até dentro  de uma galeria
Entre quadros reverbera
O som forte (que é a morte, que é o protesto)
De uma mensagem perdida

Passos de lobos sorrateiros
Que invadem sem serem notados
E que vai numa fração de segundo
Bummmmm, Vrummmm
Auuuuuuu. Pahhhh!
Lágrimas lançadas, vidas desperdiçadas

Pobre do animal que teve o azar
De ser chamado como tal
Ah lobo, o terrorismo não é seu
Mas de homens que são maus

Sai como um uivado de dor, de incompreensão, de consternação: que certeza é essa capaz de cegar a humanidade dos seus limites e responsabilidades? Será que estamos mesmo condenados a morrer em verdades não-compartilhadas e cada vez mais em lugares associados ao prazer e festividades?

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