Na hora da raiva a gente xinga, grita, explode e ofende pelo prazer de estar certo e, principalmente, de mostrar que ela, a pessoa, está errada. Para ganhar no grito, com os insultos mais baixos e violentos. Resgatando os piores momentos, aqueles que jurou um dia terem sido superados; recriando situações conforme a sua interpretação dos fatos.
Na hora da raiva você junta suas coisas e promete nunca mais voltar. Sabe que quando passar pela porta, as coisas serão diferentes e você será obrigado a sustentar a sua decisão. Você encena, dramatiza, ameaça e espera uma reação a altura. E se ela não vier? E se você de fato tiver que ir embora para nunca mais voltar?
Você pega o violão, na hora da raiva, e sente que precisa voltar a sua voz ao tom normal. Para de gritar e canta! Respira fundo e coloca pra fora: “pensei que te odiava, mas vi que eu te amava”. Sai tudo tão gostoso de ouvir que parece até música…