Sabe o espaço? Aquele que existe, que divide, que preenche? O espaço sideral, o físico, o geográfico e também o que é público. O espaço que é um sinal, o caractere transparente, mas que se faz sempre bem presente. É ele que separa duas palavras, duas frases, duas orações, dois parágrafos, dois textos.
É ele que dimensiona a distância entre dois livros, duas estantes, duas bibliotecas, dois cômodos, duas casas, dois bairros, duas cidades, dois países, dois planetas, duas constelações. Tudo assim, em dupla, pois para cada espaço sozinho – livre e independente – abre-se o infinito, interminável como ele só.
O espaço separa duas pessoas. O meu e o seu espaço que podem nunca se tornar o mesmo. Nem todo mundo sabe dividir. Nem todo mundo consegue compartilhar. Espaço dúbio, que é tão bom e tão ruim: é o oxigênio de quem precisa respirar e a ausência de quem não quer estar. Um intervalo vazio, mas que nos dá cadência, ritmo, fôlego e tempo.
Espaços que servem para cuidarmos uns dos outros. Preservam história, identidade, fauna e flora, peculiaridades, diferenças e comunidades inteiras. Espaço que em sua simplicidade, com seu toque invisível, permite que continuemos aqui dentro desse texto, de uma relação e de uma vida inteira. O importante espaço entre abrir e fechar nossos olhos.