O que é meu é seu

Eu sento e escrevo, treino. Eu penso e digito, deixo mais um pouco de mim. Eu pondero, deleto, escolho melhor o que dizer. E tantas vezes recomeço, pelo exercício, catarse, por saber o que preciso fazer.

Saio de lugar algum para o encontro de parte do que existe em mim. Descobertas que vêm de dentro, há quanto tempo amadurecidas ali? Cultivadas as impressões, decodificada em sua infinidade de significados, recriadas hipóteses, teses e teorias até que caiam do pé prontas para serem consumidas, mastigadas, engolidas, regurgitadas, vomitadas, decompostas, eliminadas. Poesia ou grande porcaria?

Palavras que saem desconexas, textos que deveriam ser melhor desenvolvidos, uma grande perda de tempo. Não para quem escreveu. O prejuízo é todo seu, caro leitor! Quem escreve deixa de ser dono do que pôs no papel, na tela do computador ou celular, no instante seguinte em que resolve publicar. E aí as ideias, todas as palavras, passam a ser exclusivamente de quem as lê. Aquilo que isso provoca em você, é mais seu do que meu. A poesia e a grande porcaria te pertencem.

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