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Lá se vai a paciência com tantos assuntos girando em looping infinito. O disco arranhado sugere, é claro, a urgência dos fatos, mas também a pouca e, principalmente, sincera vontade de sair desse imbróglio. Suspeito que estejamos (lá no fundo e que ninguém nos ouça) gostando de viver isso tudo. Odiamos amar o que amamos odiar, nada que psicólogos não possam explicar com muito mais embasamento e menos suposição. E eu só me atrevo a analisar isso porque tenho ódio do tanto que amo acompanhar a banda passar, e falar sobre isso por aqui.
Temos assunto para dar e vender, ao gosto do freguês. Aprendemos a desconfiar quando as coisas estão “tranquilas”; quando as notícias não vêm. Esperamos pelo “urgente”, pela cobertura jornalística extensiva, pelos plantões ao vivo, pelos posts de amigos inconformados e nervosos e desesperançosos, pelos memes engraçadinhos e preconceituosos e de mau gosto. Réplica, tréplica, debate de gigantes apequenados por seus egos. Ideias que competem quando deveriam, ainda que diferentes, ser complementares.
Sem contar um detalhe que passa imperceptível para a maioria, mas que explica muito do momento que atravessamos: quando todas as coisas são urgentes, emergenciais, acabamos não dando a atenção merecida para nenhum dos assuntos. Muito por tão pouco.
Tanta exploração, tamanho sensacionalismo, não reflete necessariamente na profundidade e em um movimento de conscientização capaz de virar o jogo. Quando a gente pensa que vai, que estamos quase lá, passamos rapidamente para o próximo assunto que acaba de surgir no feed. A máquina gira mais uma vez levando junto a nossa empolgação.