Escrever não é complicado. Você junta as letras, constrói as frases, dá uma coerência a sua linha de raciocínio e defende com paixão uma ideia – que pode não ser necessariamente um “boa ideia”. O brilhantismo está em se lançar sobre a folha branca, a barra que pisca na tela esperando o assunto que você quer contar, a história que quer compartilhar, comentar ou questionar, sem medo de censura.
Por isso nossos posts, comentários e discussões nas redes sociais não podem jamais ser ignorados, por mais idiotas, revoltantes e preocupantes que pareçam à primeira vista. São o termômetro da sociedade, o balizador do pensamento crítico entre as nossas relações mais próximas, no grupo que classificamos como “amigos”, “conhecidos” e “desconhecidos” até que nos permita questionar: faz sentido mantê-los ali?
Do ponto de vista de quem escreve, entender a catarse – esse momento de colocar para fora uma emoção ou a percepção ou a visão dos fatos – como uma abertura ao diálogo (ainda que as palavras soltas estejam permeadas de autoritarismo, preconceito e ignorância) torna os embates mais interessantes e ricos. Enquanto as atitudes forem difíceis de serem engolidas, assistiremos ao nascimento de uma reação capaz de nos redimir e trazer esperança. O fôlego para continuar acreditando que não seremos tragados pelo precipício. Que temos tempo para nos reorganizar e tentar virar o jogo… Para expressarmos as ideias e tentarmos fazê-los entender o que para nós é tão claro.
Não podemos ignorar isto. A reação na audiência, o impacto em nossos amigos, as inúmeras réplicas, tréplicas, o ficar estressado com alguém, o perder a paciência com algo e o não querer discutir mais, quando não são uma oportunidade de reconsiderar os fatos, ajuda a solidificar ainda mais as nossas crenças, a embasar os argumentos e dar profundidade a seres eternamente rasos como nós somos.
Então, por favor, não prive a si próprio e aos outros de suas palavras. Elas importam e muito.
Vou te privar de minhas palavras não!
Vc é maravilhoso e eu sou sua fã!