Quero falar com você que não é sequelado, que não está traumatizado. Que não tem revanchismo ou sente um desejo de vingancinha por alguma coisa que leu e não gostou, que ouviu e não concordou. Quero dialogar com pessoas que sabem dar a volta por cima, virar a página e encerrar conflitos. Quero falar com os não-arrogantes, que sabem que erram, que não têm medo disso e encaram a verdade de frente.
Quero falar com quem briga com paixão, discute, grita, se lança por inteiro até que não tenha mais argumentos, forças ou mesmo vontade; que consome sua energia, esgota a paciência, até que a mente fique vazia, limpa, em paz com seus ideais. Quem discute por algo e não com alguém. Com aqueles que quando saem fora de si, se arrependem e se desculpam. Assumem sua ignorância e renegociam suas relações para que elas persistam em harmonia. Para o bem de ambos, para o crescimento de todos. A lapidação do diamante requer desgaste, atrito, um processo muitas vezes longo, entediante e agressivo, mas cujo resultado tem seu valor.
Quero falar com quem tem o entendimento de que é preciso deixar que os outros também se esvaziem… Para que eles consigam virar a página e seguir a jornada. Aqueles que respeitam o tempo que cada um necessita para digerir os fatos, quebrar barreiras, aprender e formar opinião. Quero falar com quem zela por uma relação, mesmo que seja necessário silenciar (ou bloquear ou ocultar ou excluir) um feed amigo por um tempo ou para todo o sempre. O ‘não dizer’ é uma forma de respeito, uma joia a ser admirada em nossos tempos.
Quero falar com quem tem paciência. Com você.
É…
Com VOCÊ.
Não se poupe de dizer o que pensa, de expressar seu raciocínio, sentimento e aflição. De explicar o porquê de sua preocupação, por mais simples e óbvia que possa parecer. Não se omita de ouvir verdadeiramente o que os outros têm a dizer, por mais absurdo e complicado que isso seja. Quero falar, quero que você me escute e quero te ouvir. Estou disposto a dialogar.