A Dança

Simule comigo uma dança, corpos colados, almas entregues, passos coordenados e nada mais. Projete uma queda percebendo-se naqueles milésimos de segundos que separam o ar do chão, a liberdade do baque até enfim voltar a sentir a força dos braços que te sustentam, que te fazem voltar ao ritmo. Sou eu que te ergo, que te coloco de volta ao prumo. Vem comigo, vamos juntos, agora.

Pise nos meus pés, erre o compasso, saia da frequência que nos torna um só movimento. Sorria sem jeito…  Desse jeito encantador, quero dizer, e volte do começo; eu retomarei o embalo até quando enfim entender o seu lugar junto a mim, o nosso compasso na canção. Dois pra lá e só depois dois pra cá, é só o começo. Idas e vindas na mesma direção.

Simule que está com raiva, que arrependeu de ter sentido raiva, que está fazendo um charme para mostrar que ainda é raiva, e corra para a libertação de não ter mais raiva. Corra, vai, corra mais! Venha de encontro a mim. Coração contra coração, olhos nos olhos, mãos entrelaçadas e a respiração ofegante indo e vindo no mesmo ritmo. Lá dentro, as emoções dançam. Tum, tum. Do lado de fora, o mundo parou.

 

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