Corporativismo Político

A desconexão da ampla maioria dos políticos diante a sociedade para a qual são, em teoria, representantes beira o absurdo. Eles realmente parecem acreditar que juntos em suas mazelas, poderão se livrar de um iminente naufrágio. Não largam o osso, abandonam o barco e lavam as mãos – sujas! – uns dos outros num corporativismo que é também puro banditismo mafioso, coisa de gangue profissional engravatada.



Parte de um grande esquema onde vale o salve-se quem puder, políticos alcançam impopularidade máxima enquanto fingem não ouvir, ver e sentir os apelos por integridade, honestidade, transparência, coerência e verdade que reverberam por todos os lados. Num jogo de cena pautado pelo medo de que também chegue a hora deles serem protegidos, traem sem o menor pudor os anseios, as ideologias, as crenças e os discursos históricos.

De representantes do PT (esse partido que é a essência da hipocrisia contida no “faça o que digo, mas nunca o que eu faço”) a um Renan Calheiros carimbado por nada menos que uma ação penal e 17 inquéritos, temos um Senado unido para enfrentar o Supremo Tribunal Federal na defesa de ninguém menos que Aécio-Dois-Milhões-Neves. Não é mero acaso que as maiores siglas disputem também altas taxas de rejeição.

É mais uma denúncia que chega a Câmara Federal (e que deve ficar por lá em troca de mais alguns “favores”) provando a todos que Michel Temer – apesar da risível aprovação popular de 3% – ainda consegue mobilizar a maioria dos deputados da casa. Bradam entre eles o “um por todos e todos por um”, sem que correspondam, felizmente, aos 97% que saberão fazer valer a sua força na hora certa… que o barco dessa política medíocre afunde em 2018 levando consigo os seus capitães e marujos.

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