Depois de ler a este relato sobre a – cada dia pior – situação da Venezuela (“A revenda de camisinhas brasileiras como símbolo da crise venezuelana”, veja aqui), resolvi ir atrás do perfil do presidente Nicolás Maduro no Twitter (@NicolasMaduro) para entender como ele ainda se sustenta no poder, com qual discurso justifica sua péssima gestão e se, espantosamente, alguém o apoia em meio a tantos fatos incontestáveis do fracasso do modelo que lidera.
Antes de seguir com este texto, gostaria de dizer que o objetivo aqui não é comparar Venezuela e Brasil do ponto de vista econômico, mas sim observando a postura dos seus líderes, como comunicam e interagem com o povo. E quer saber? Nada muito diferente lá do que temos aqui.
A mesma lenga-lenga de sempre: o anti-imperialismo, o movimento popular, o patriotismo, o trabalho e mais trabalho frente a uma decadência sensível, sofrida. Um tipo de estadista, de popularismo, difícil de engolir depois de tanta coisa ter e ainda estar dando errado. Por lá e por aqui; não dá mais.
Mas a identificação maior vem lendo aos comentários desse mesmo post. A reação é muito, mas MUITO parecida mesmo com a que acompanhamos aqui em nosso país, que ver só?
Venezuelanos com sua versão local de “petralhas” e “coxinhas” em guerra online… Que curioso, não?! E como é engraçado notar como muitos são capazes de comprar tal briga colocando estatização e democracia na mesma frase dizendo-se contra ditaduras, mas apoiando regimes ditatoriais apenas por eles se classificarem como sendo “do povo”.
Que povo é esse senão o que se aglomera em filas, que tem que atravessar fronteiras para comprar coisas básicas e praticamente viver de escambo? Que tem de enfrentar o caos social, a fome, a insegurança e a mordaça do estado soberano? É para isso mesmo a tal luta?
Afinal, estamos mais interessados em comprar ideologias ou defender de fato uma vida mais próspera para todos? Ando meio sem entender.