Rufem os tambores, rifem os cargos mais importantes da república. Presidente, senadores, deputados, juízes, procuradores, mega empresários… Todos guilhotinados em praça pública, cabeças a prêmio. Quem roubou mais? Quem vale menos? Quem cai primeiro? Bolão, façam suas apostas! A bola que rola, o carrinho que vem por trás para derrubar. É falta, seu juiz!!! Ou falta nos juízes ou a falta de juízo. Pênalti, cartão vermelho, expulsão… Investigação na alta corte.
Nossas personalidades são queimadas em fogueiras de vaidade e de vergonha e de arrependimento. De falta de caráter e de escrúpulos e de medo. Tem a certeza de que sairão ilesos… Vão-se depressa os registros, as provas, do que não se deleta das lembranças. Brasileiro tem memória curta? A Internet não. Aconteceu alguma coisa? Muitas coisas. Mas a culpa é também de quem confiou, que credenciou e legitimou velhos caciques a roubarem mais e mais testando a elasticidade da ignorância nacional. Booom! Outro áudio, que venham novas fotos, vídeos… São mais de cinquenta milhões de reais que aparecem num apartamento em Salvador. De um Gedel culpado, em prisão domiciliar em seu apartamento de luxo, mas sem tornozeleira, item em falta na capital baiana. Quem podia imaginar que a demanda seria tão alta…
Fuzilados pela opinião pública que não se vê representada por esse sucesso tipo exportação. A carne que é fraca demais a ruir a fama de um nome e de uma família num diálogo cafajeste. A moral mais uma vez desconfigurada diante de ouvidos não preparados para a avalanche de informação gravada meio que sem querer. Ou foi querendo? Vai saber… É omissão que pode derrubar o benefício da delação, mas que, dependendo da interpretação, pode desqualificar outras acusações. Que confusão!
Deem nome aos bois: é Joesley Batista, esse boi-zebu, belzebu, o chifrudo, tinhoso, diabo num inferno chamado Brasil em conversa de malandro com Ricardo Saud. É traição, outra, outras. Abriram mais uma vez as porteiras e agora testam MPF, Supremo e a resiliência de Ticiana Villas Boas aos chifres do marido. E do lado de fora daquela sala, o gado desgovernado, essa manada enraivecida que se agiganta do centro de uma sociedade inconformada e cansada de ver-se cerceada por arames farpados dolorosos demais, tem outra chance de mostrar força ao não aceitar que benefícios espúrios sejam mantidos. Cadeia neles!