Foi por um minuto, que se tornaram dois e quando dei por mim, já era e foi. Passou uma hora, a manhã, a tarde e caiu a noite. Hora de dormir, alarme para despertar, uma vida para tocar. Mais um dia e depois outro, até que chegou o fim de semana, o final e o início de mais um ciclo para quem gosta de estar preso ao tempo.
Na velocidade com que acessamos tantas coisas, como nos colocamos abertos e receptivos a muitas novidades, textos subindo em cima de textos acumulando notícias não lidas, fatos negligenciados, realidade não vista, que logo era desinformação e alienação a um mundo sem pausas.
Levou um tempo e este espaço passou batido do horror que aprisiona gays em reeditados campos de concentração na Chechênia, da soltura-aprisionamento-soltura-aprisionamento (ad infinitum) de corruptos declarados, dos protestos violentíssimos com mortes nas ruas venezuelanas, de uma agressão desmedida a um morador de rua de São Paulo por um funcionário público de uma entidade responsável por salvaguardar a população da cidade, protegendo e não cerceando os bens de quem quer que seja.
Isso ainda é pouco do mundo que lembramos e esquecemos todos os dias antes de dormir. Nós, com problemas tão urgentes que nos impedem de refletir sobre tudo o que passou, sem conseguir evitar que voltem a se repetir. Sempre em frente e sem tempo a perder. Dia intenso, semana longa. Quero dormir e esquecer.