Dia sim dia não vivo o dilema em torno de como preencher isto aqui. São tantas coisas acontecendo, se sobrepondo, que o risco de estar sempre atrasado ou parecer alienado não é só real como uma triste constatação.
Batalhas estão sendo perdidas. A energia vem sendo drenada, desperdiçada, e quase sempre da forma errada: muita força na largada e abandono bem antes da reta final. Os prognósticos são péssimos, as previsões alarmantes. Os fatos não deixam por menos… Não há nada ruim que não possa piorar!
Voltamos constantemente à estaca zero e temos que provar os dissabores de uma desordem progressiva. A fonte de informação, desinforma. O espaço de troca, segrega. Conhecer e aprender com a pluralidade vira padrão estabelecido e limite à expansão do saber. É pós-verdades carimbando uma geração mimada e filtros, bolhas, na cegueira moral e numa miopia deliberadamente consentida.
É como um muro que protege,sem que aumente a sensação de segurança. Abrimos nossas vidas, falamos nossas verdades e quanto mais expostos, mais fechados ficamos em guetos uniformes replicantes de um discurso pronto. Conectamos para nos desconectar. Ligamos mil e um aparelhos e nos desligamos do mundo real. Corremos e não saímos do lugar. Choramos uma perda, lamentamos uma barbárie vizinha, para rir no segundo seguinte de um outro assunto qualquer. É atuação de ponta a ponta, link sem vínculo. É o dilema diário de ter que comprar verdades e negligenciar toda uma realidade.