É furacão, são furacões… Um deles, o mais novo chamado de Irma, já é considerado o “maior da história do Atlântico”. É terremoto no sul do México e o “sismo de 8,2 é o de maior magnitude no país desde o início dos registros”. Alertas de tsunami são acionados no Pacífico. O planeta mais uma vez manda o recado.
Preparem-se para o impacto, busquem refúgio, estoquem alimentos. De uma incontrolável força que não poupa ninguém, na maior economia do mundo e em países que, naturalmente, mal se mantêm de pé. Começa a contagem regressiva do tempo que falta para que os fortes ventos atinjam o solo, que as tempestades de verão inundem cidades, que ondas se agigantam sobre as costas arrastando tudo o que tiver pela frente. Enumera-se progressivamente vítimas e prejuízos dentro da mesma conta, como se pudesse mesmo dar valor a tantas vidas perdidas.
É furacão e são furações, notícias e tremores de terra que denunciam uma bomba nas mãos erradas. Que reverberam em todo o mundo apreensão e que alimenta o rancor e o desejo de guerra. Dos dois lados. É terremoto na vida política nacional, o maior já vivenciado na República. Depoimentos e delações que são como tsunamis engolindo figurões e figurinhas, milhões num apartamento, bilhões acumulados num projeto de poder audacioso.
Reverbera em todo o país alimentando ódio e o desejo de guerra. Uns contra os outros, o companheiro que é ex-companheiro, ataque e defesa encontrando teorias para justificar o injustificável, explicar o inexplicável, negar o que foi falado, filmado e exibido, parte de um roteiro que parece cada vez mais longe do fim. Pacto de sangue contaminado. Alienação, hipocrisia ou mediunidade? Cortina de fumaça? Estratégia para se livrar da cadeia? Traição? Respostas serenas para crimes conscientes. E o arrependimento, cadê?
Recomeça-se assim a contagem de indiciados em novos depoimento revelados. Teoria da conspiração ou da aceitação cega? É uma nova operação, são outros tantos bilhões. Fortes ventos desestabilizam a moral pública dos três, quatro poderes, definidos cada vez mais nas entrelinhas e nos conchavos. O mar de podridão engole a todos e arrasta o que vem pela frente enumerando, Brasil afora, progressivamente os prejuízos de sermos constantemente ludibriados por uma retórica engomadinha. É a saúde, a educação, a segurança sem prioridade alguma num país atrofiado por escândalos de corrupção.