É o fim – ou pelo menos a ameaça do fim – de várias coisas que tínhamos como nossa, mas ó: acabou, zefini, já era! Quem aproveitou, ótimo, quem não teve a mesma sorte, paciência.
Agora é chorar o leite derramado, a oportunidade perdida, a vida desperdiçada. É reclamar, protestar, espernear diante do que se coloca como nova, triste, fatídica realidade. Calma…
É o fim que abre o recomeço, que permite colocar-se à frente dos pontos fechados, dos rumos trilhados. É terrivelmente assustador, mas incrivelmente libertador porque é a chance e são possibilidades, várias delas. Que seja de criar coisas novas ou de poder revisitar, redesenhar, reescrever linhas tortas.
O que dói tanto hoje pode ser o estímulo para a regeneração que tornará a vida mais vigorosa, plena e dentro do entendimento de que nem tudo está perdido, de que o mundo não acabou e de que continuamos tendo força de ir adiante.
O fim, lá no fim das contas, por mais retrocessos que carregue em si acaba levando a história sempre à frente. Ele justifica, consolida, os meios, influencia os novos começos, e tem um grande poder de ser o ponto de inflexão para a verdadeira transformação.