Acabará em pizza, mas de um sabor amargo e difícil de engolir. O dessabor de ter visto, ouvido e acompanhado ação e reação desdobradas em capítulos nos noticiários com a consciência de que pouco tínhamos a fazer.
Da nossa parte, gritos, protestos, posts inflamados do mais puro inconformismo, da mais latente raiva e justificável revolta. Da parte deles, jantares, reuniões, distribuição de emendas, tudo negociado às claras em agendas oficiais sem um pingo de vergonha na cara. No balcão, trocam apoio por poder, influência e dinheiro… Movem cargos, exoneravam ministros para que possam voltar à Câmara compondo a base necessária numa contagem favorável à absolvição de um presidente pego com a boca na botija.
Fica mais um pouco aí da forma como chegou: articulando sorrateiramente com os piores tipos de políticos que existem, tratando o exercício da sua função como um jogo de astúcia e forças em que vale absolutamente tudo, passando por cima de princípios éticos, tripudiando da inteligência e paciência do povo, rasgando direitos adquiridos e prestando um desserviço à nação enquanto favorece descaradamente a bancada do Boi, da Bíblia e da Bala.
Fica, Temer, com a certeza de que enquanto 5% são ludibriados a ainda enxergarem algo de bom ou ótimo nesse governo, os outros 95% encontram finalmente um ponto de acordo: o de não se verem representados por esse tipo de politicagem tacanha e medíocre, a que coloca valor e que se vende tranquilamente. Ainda que maioria entre corruptos é minoria dentro da massa que luta para se manter de pé.
É nessa conta que eu me agarro… A de que embora venham nos servindo rodadas e mais rodadas de pizzas, são poucos, muito poucos, os que conseguem saboreá-las ao seu lado, Michel Temer. E se ainda não se deu conta, que fique claro: o povo não está com você, o Brasil não reconhece a sua liderança, não compra as ideias que defende e não compactua com a sua permanência à frente da nação, por mais que alguns deputados insistam pelo contrário. Dos modismos que adoramos copiar: Fora, Temer; não me representa; NOT MY PRESIDENT!