Eu me sensibilizo com os civis sírios e, em especial, com as crianças que amanhecem sob uma chuva de gás tóxico entregues mais uma vez a má sorte de ter nascido ali. Quantas outras vidas serão gastas neste jogo de poder?
Eu fico triste com casos de agressões contra as mulheres, dos dedos na cara dentro de reality show ao insulto descarado, sem pudores, num set de filmagem de novela; da mão pesada na casa do famoso cantor que diz ser sensível com crianças aos autógrafos dados pelo goleiro mandante de um crime. Por que defendemos o indefensável?
Eu reflito sobre as torcidas de futebol que acham mesmo que sexualidade pode ser usada para desestabilizar e provocar adversários. Retomo a esperança com times que abraçam o combate a intolerância e ao preconceito, mas volto a perder a fé quando leio formadores de opinião dizendo que proibir insultos é o mesmo que decretar a morte do esporte. Como assim?
Eu me emociono com o abraço agradecido de Dalai Lama no guarda que o escoltou há 60 anos quando fugia do Tibete. É reconhecimento e é felicidade por ver que deu certo correr tantos riscos…
E juntando sensibilidade com emoção e refletindo sobre minha própria tristeza, penso que deveríamos estar todos agora mobilizados para, de alguma forma, tirar tantos inocentes do horror que cai sobre os lares deste planeta. Para escoltar os mais fracos rumo a um futuro melhor, para tirar da sombra do terror e da opressão uma infinidade de corações aflitos.
É meu sentimento de mundo… Contra o abuso, a intolerância, a perversidade e o terror instaurados. A favor de crianças, de mulheres, de homossexuais (e transgêneros e tudo o que de diferente já exista ou vier a existir) e tantos outros inocentes mundo afora que só precisam do acolhimento e proteção de um abraço para conseguir seguir em frente.