A demissão dos quatro jogadores de futebol do Sport Club Gaúcho após uma inocente brincadeirinha no vestiário, utilizando aqui um eufemismo bastante tacanho, foi um acerto da direção do clube. Apesar da homofobia dentro e fora de campo ser algo real, inquestionável, estamos diante de um caso em que faltou, acima de tudo, postura profissional e respeito ao ambiente de trabalho.
Onde se ganha o pão, não se come a carne é ditado das antigas, mas muito pertinente e adequado ao incidente. Vai você aí fazer um vídeo semelhante no lugar onde está agora para ver o que acontece… Utilizando o banheiro do escritório, provadores das lojas, camarim dos estúdios e casa de shows, coxia dos teatros, vestiários de academia para bater uma com (ou nos) colegas de sala, departamento, produção, profissão, com o cuidado de deixar tudo filmado (para não restar a menor dúvida) e distribuindo entre conhecidos por Whatsapp de forma bastante inocente.
Aprendam garotos, que sirva de exemplos garotas… As famosas sex tapes, incluindo aqui todo e qualquer vídeo de nudez e incitação sexual, podem até ser divertidas, excitantes, desafiadoras e uma curtição do momento, mas reverberam nos horizontes infinitos da internet. As consequências de um ato que era para ficar provavelmente restrito a quatro paredes, aos protagonistas da ação, se tornam incontroláveis, imprevisíveis e imensuráveis num mundo de compartilhamentos instantâneos. E pior: quando realizadas dentro do ambiente profissional, configuram sim motivo inquestionável para demissões por justa causa.