Tente definir o amor — esse sentimento único e transformador — em cores. Vamos, tente…
É vermelho, tórrido, fruto de uma paixão arrebatadora… Que nos consome. Surge aquele tom único e incomparável, denunciando nas bochechas o que sente ao ouvir um elogio, uma declaração, a mais pura demonstração de que é tudo correspondido.
É também da cor do mais lindo pôr do sol, assim meio alaranjado. Os braços que envolvem enquanto esperam o cair da noite, o fim de mais um dia em que estiveram juntos. O poder de sarar feridas da alma, de fortalecer o espírito e entender-se ainda mais forte, venha o que vier! É ficar horas ali sem sentir o tempo passar para de novo, em uma outra tonalidade do mesmo laranja, ver as trevas dissiparem e um novo dia nascer.
O amarelo vem como um raio de sol forte, ofuscante. O dia em que se conheceram e, entre idas e vindas, descobriram que luz é calor, que é alento e que é a mais plena realização. Amor tórrido, quente e avassalador. Suor… Aprendem que detém o poder de iluminar e aquecer a vida um do outro.
Imagine agora matas, bosques, florestas inexploradas até o momento em que resolvem desbravar o espaço. Corações disparam, uma ansiedade gostosa inunda o peito, que logo é torpor no primeiro “eu te amo”, “eu te quero”, “eu te desejo” que escutam. É de um verde que também é esperança e confiança. De seguir em frente e sem pensar duas vezes. Avançam e decidem atravessar juntos a estrada da vida.
Do azul de um céu infinito, um amor que não se mede. É grande demais para abarcar a todos nós outros e inspirar novos sonhos. Damos asas a imaginação e tiramos os pés do chão, livres, leves e soltos. É o voo na mais pura liberdade de poder ser quem é; a criatividade de fazer diferente e melhor, sem medo ou amarras. É a libertação.
E é no roxo que está tudo aquilo que não pode ser lido, visto ou tocado. Este sentimento maravilhosamente intangível, difícil de explicar, mas que nasce e é tão real a ponto de dar um novo sentido a própria existência. A rotina ganha novas tarefas, cuidados mútuos
Cores, todas elas. O amor não é preto no branco, isso ou aquilo, desse ou daquele jeito. É colorido, as vezes exótico, impactante e enche a nossa alma de vivacidade e alegria. É energia. É combinação, troca e mutação. São pigmentos diferentes e complementares. Todas as vidas alegres, coloridas e plenamente realizadas numa parada de amor que é coisa nossa. E não, não é doença. Tenham orgulho e altivez porque é verdadeira obra de arte conhecer-se tão bem.