Uma coisa é cair, outra bem diferente é despencar. Como assusta ver alguns cultuados ícones empresariais e políticos nacionais ladeira abaixo, sem freio ou chance de redenção. É inferno em vida, achincalhamento, cadeia e desconstrução de uma vida perfeita. Otários, notórios.
Esqueçam o Brasil grande, aquele que deu um passo maior que a perna, escorregou e caiu de quatro. Submisso, não esperava que tudo viesse à tona de forma tão clara, escancarada. O jeitinho de subir comendo pelas beiradas, na maracutaia, o abuso de poder sem o menor pudor. A imagem difícil de engolir, o ultraje, o enjoo. A vida fácil, leviana, promíscua e bandida – não do tipo que prejudica a um, mas daquele que tira sem a menor vergonha na cara de milhões, de 200 milhões. Ambição que faz perder o chão, a falta de princípios e valores que tem um preço.
Perfis manchados, minados e ridicularizados… Experimentando em vida a cobrança por um título caro: o de uma nobreza sem escrúpulos congelada e sem artifícios para manobra. Dos 80 aos 8, mãos atadas sentindo na pele como é o Brasil que se acotovela em celas superlotadas e imprevisíveis. É gangue, milícia, comando, empresa, partido.
É arroz, feijão, mistura, pão de ontem com cafezinho ralo, colchão duro e água fria. Banho coletivo e o medo sempre à espreita. É calmante administrado para que suporte o peso do rombo criado, para que consiga esquecer, sobreviver. É ir deitar e não ser absolvido pelo sono. É acordar e passar por tudo de novo com a consciência da culpa, de que fez por merecer. Que acabou… de começar. Essa é a cara do Brasil em 2017: não rolou, não deu certo.