Barcelona é uma cidade solar, ainda que terroristas tenham a intenção de escurecer o que é pura efervescência e alegria. É uma cidade receptiva, calorosa, que abraça todas as diferenças, por mais que alguns de seus moradores possam fomentar um novo tipo de fobia, que quer ver longe os milhões de turistas que tornam a cidade um dos destinos mais disputados do verão europeu.
Só as investigações poderão dizer se esses dois comportamentos estão relacionados ao atentado de hoje, mas triste que estejamos caminhando nessa direção. A cena do atentado revela, acima de tudo, a crueldade de quem não entende o sentido de respeito às diferenças, civilidade e amor ao próximo. Nada a ver com Barcelona e com a maioria dos seus moradores.
É na cidade das artes, do ser humano pensando à frente, seja em toques arquitetônicos ousados, no respeito ao antigo e na perfeita fusão de mundos, que soam alarmes, sirenes, ouvem-se gritos e choros. É onde silenciaram vozes para sempre. Lá na Las Ramblas dos artistas, espaço de convivência e passeio obrigatório de todo o tipo de gente, vindo de todos os lugares. É o ataque a uma cidade que atinge ao mesmo tempo todos nós que desejamos mistura, e não segregação.