Quando se inverte as prioridades, quando os empecilhos que existiam são derrubados e acabam por dificultar o combate de algo tão grave como deveria ser o do trabalho escravo, revela-se mais uma vez os escrúpulos de um governo perverso com o povo ao qual deveria servir.
Atende-se num costumaz e inescrupuloso balcão de negócios a ruralistas, aquela turma empoderada por dinheiro e cargos públicos, e que exige a qualquer custo (ético, moral e sob cifras milionárias) a derrubada de florestas inteiras para criação de pastos e plantações de soja, exploração mineral em áreas de proteção ambiental, desapropriação de terras indígenas demarcadas (com extermínio dos povos), além da utilização de agrotóxicos, transgênicos com a mínima (quando quase nenhuma) regulação governamental.
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Estabelecendo novas regras que acabam por dificultar ainda mais a fiscalização e punição de empregadores flagrados submetendo trabalhadores à condição análoga de trabalho escravo, Temer e sua turma prostram-se mais uma vez aos mandos e desmandos de senhores de engenho enquanto viram as costas para todos aqueles que são vítimas de um sistema opressor capaz de aprisionar de crianças a idosos na mais profunda (e servil!) falta de informação, de oportunidades, naquela ignorância diante de direitos básicos e garantidos pela constituição.
“Para não morrer de fome”, “para ter onde dormir”, “para pagar o que eu devo”, “porque sempre foi assim” aceita-se a enxada, o facão… o trabalho extenuante debaixo de um sol forte por horas e horas sem descanso, ignorando a salubridade necessária para a manutenção da própria saúde, sem se alimentar e hidratar como devia, sem poder ir e voltar como seres livres que somos… Sem chance de escolha. É inaceitável que, diante das manchas que levamos, permitamos um retrocesso como esse, que aceitemos a vitória do chicote como recompensa. A Casa Grande, edificada em torno do Palácio do Planalto, valida com uma assinatura a volta da servidão à pauta e utiliza dela como moeda de troca neste país sempre-Colônia.