Tímida ensaia um passo, mas não sabe se deve pisar lá. O que a mãe diria se a visse prestes a tomar decisões incertas, a escolher caminhos não tão óbvios e a romper com tudo o que haviam sonhado desde o nascimento?
Era um caminho sem volta e por isso aquela cautela redobrada. Ir sem o direito de se arrepender, cabeça à frente, alma e corpo projetados para fazer dar certo. Não tinha espaço para manobra e sabia que um passo em falso poderia significar a morte de um sonho, o fim da esperança e sua própria condenação.
Estava disposta a correr o risco, a não olhar por nem um segundo sequer para a vida que levava até então. Passaria a viver como outra pessoa, romperia ciclos, recriaria histórias e daria sentido ao que entendia por “existir”. Não era “aceitar”, mas “ser” o que estava prestes a decidir.
Existe uma longa estrada a ser percorrida até que ela entenda os seus limites, que compreenda suas forças e que consiga percorrer o vale de tormentas, a se reequilibrar no precipício moral e a se estabelecer na plenitude de quem foi, mas se modificou para sempre. Desconstrução e construção, sem medos.
Neste dia, o casulo, toda aquela clausura, será apenas parte da sua transformação. Acredita e vai… Estou torcendo por você!