Timóteo elegeu hoje um novo prefeito, Douglas Willkys (PSB), que não é propriamente uma novidade política – ele havia sido vereador entre 2009 e 2016. O pleito marca mais um capítulo numa conturbada disputa de poder na cidade mineira, uma representação fiel ao que de pior se pratica no Brasil com escândalos recorrentes de abuso de poder, utilização de recursos ilícitos em campanhas, caixa 2, cassação de mandatos, mau uso do dinheiro público e enriquecimento no mínimo suspeito dos que são empossados.
Foi-se o tempo que a aclamada Capital do Inox tinha lá o seu charme. Ruas esburacadas quando não desabando, pontes condenadas, interrupção na coleta de lixo, aumento dos índices de violência, postos de saúde fechados e surtos epidêmicos evidenciam o abandono e descaso do poder público para um lugar que precisava, mas não soube se reinventar. Timóteo continua como começou: dependente daquela commodity, mas que cada vez mais precisa fazer frente aos concorrentes chineses e sem o mercado interno, profundamente abalado pela crise, como alternativa. Desafios não faltam portanto no caminho de Willkys.
Que Douglas se saia maior e melhor que todos os que o antecederam. Que tenha a hombridade de seguir com o seu mandato até o último dia sem ceder a tentação de disputas maiores. Que tenha consigo o que um prefeito precisa ter: amor pela cidade, respeito pelo povo que confiou em sua campanha, idoneidade para lidar com um dinheiro que não lhe pertence, e capacidade de propor e implementar medidas que façam de Timóteo um lugar quente, mas não a representação mais próxima do inferno na terra.