A ascensão de Jair Bolsonaro entre eleitores paulistas não surpreende (ou não deveria surpreender). O estado sempre foi inclinado à direita e a imbecilização, a idiotização dotada de uma suposta superioridade (que acreditam ser real) só poderia mesmo levar a extremos.
E a escolha por Bolsonaro, desculpa aí, só se justifica na mais grotesca das ignorâncias. É a ingenuidade de confiar na estupidez, de crer que um péssimo deputado pode estar à frente de uma nação tão complexa como é a nossa.
Interessante observar ainda que veio de São Paulo o mais estridente (e preconceituoso) coro de que “a culpa pela crise” (leia-se pela reeleição de Dilma) era do nordeste, dos nordestinos numa releitura de um bairrismo que desconsidera a própria história. Mas veja como são as coisas… Quem diria que eles, os paulistas (não todos, claro), donos de um raciocínio tão acima da média (cof cof) seriam capazes de promover o igualmente inexperiente Jair Bolsonaro a presidente do Brasil?
Quais argumentos convencem que um político bem mais polêmico do que assertivo nos projetos que apresentou na extensa carreira de deputado estaria preparado para as batalhas do Palácio do Planalto? Alguém que carrega vícios da velha politicagem, abertamente preconceituoso e cujas virtudes é incitar a violência e arrogância para com seus pares?
O que me deixa feliz de verdade é não conviver com nenhum desses possíveis eleitores do Bolsonaro. É uma bolha, não me engano, mas ainda assim um respiro em tempos difíceis.