Estamos no front de batalha e é agora: ou tudo ou nada em defesa de uma ideia. Não brigamos por tudo… Surtamos por nada! O mundo é contradição e brigas são o que são, o ponto de partida de algo novo ainda que pelo fim do que existia.
O surto é descontrole e gera rachaduras irremendáveis. Cria abismos intransponíveis. Amplifica ruídos. Ensurdece a voz interna, comum a todos, e que conecta realidades distintas. Eu e você redirecionando a história da humanidade. Habitantes do vazio, de uma bolha pessoal, imaculada e sem contradições. O ovo. O quintal de nossas casas. Sob mandos e desmandos de ditadores do conhecimento, donos da razão. A egotrip numa rede que é social. A mentira da vez.
No mundo do surto, questionamentos e contrapontos viram ofensas. Opinião e achismos, as bombas da era da informação usadas para destruir, e não mais para desconstruir seres complexos.
Acalme-se! A raiva passa junto a um choque de consciência. É a hora em que notamos uma reação exagerada, que superestimamos os problemas e, instintivamente, fomos levados a meter os pés pelas mãos. A desacreditar na força do “nós”.
A saída é reaprender a conceituar o coletivo. A junção do meu com o seu por algo que valha a pena. Com brigas, mas sem surtos; aprendendo a respirar; a contar até 10, 100, mil… A meditar, se for necessário. A encontrar uma forma de controlar o impulso, de domar a fera, de prender fantasmas, monstros, demônios. Vale o esforço nos pouparmos um pouco.