Vi os novos episódios de Black Mirror, de longe a pior temporada exibida até então.
O que antes era uma constante – roteiros reflexivos, disruptivos e contemplando diferentes frentes da evolução tecnológica (bem como o consequente impacto nas relações afetivas, na interação social num amanhã cada vez mais próximo) dá lugar a histórias vinculadas a genuínos desvios de caráter sem que sejam necessariamente provocados pelo mau uso da tecnologia (agora rebaixada a algo entre coadjuvante e figurante da série).
No que, no meu entendimento, aparenta ser um desgaste da fórmula (falta de criatividade? foco?), quase tudo fica limitado a leitores da consciência humana e escravização das cópias digitais, com diferentes situações que pouco oferecem de profundidade e acabam por ser parte de uma ladainha repetida com outros cenários e personagens para disfarçar a carência de algo mais visionário ou de uma interpretação mais crítica do caminho que estamos tomando.
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