O lugar de fala – eu inserido numa questão que causa algum tipo de incômodo pessoal – é o ponto de partida para entender impressões, opiniões e declarações sem pé nem cabeça antes de, necessariamente, refutá-las com furor e paixão.
Assim como estamos acompanhando mulheres se desentendendo sobre o que é ou não assédio, e como se portar diante de tais atos, vira e mexe vemos negros acusando de “mimimi” e “oportunismo” discursos fortes de celebridades que sofreram algum tipo de discriminação devido a cor da pópria pele, ou homossexuais que são taxados de extremistas por outros gays e lésbicas que os acusam ainda de defenderem uma tal ditadura gayzista só por militarem na causa e levantarem a bandeira de uma crescente e importante inclusão social.
Parece incoerente, mas é como as coisas são: cada um com sua experiência pessoal contribuindo para o debate e ajudando a levar esta sociedade aparentemente careta adiante em seu processo evolutivo. Só que tudo desanda quando, por não concordar com um determinado posicionamento, achamo-nos no DEVER de descredenciar o direito do outro de pensar o que quer que seja, de expressar o seu lado e até de poder aprender com possíveis erros. E a cereja do bolo: com muita gritaria e ofensas pessoais, de longe a parte mais triste desses episódios.