Nietsche, Hegel, Descartes, Platão, Kant ou Aristóteles. Só para começar. É formação ideológica: refletir. Ah, essa tal de ciências humanas que nos capacita a duvidar, que nos ensina a questionar e que nos deixa aptos a romper com o estabelecido.
História pra quê? A Ditadura foi uma fake news, o Nazismo concebido pela esquerda, a escravidão, uma das tantas mentiras ensinadas por gerações. Índios são vagabundos que controlam florestas preciosas (e ai de quem disser que eles já estavam aqui e que são, portanto, os verdadeiros donos desta mesma terra).
Vivemos numa Terra plana, de pensamento raso. O aquecimento global, uma farsa. Amplie as fronteiras agrícolas, derrubem florestas, taokey?! Esqueça a literatura. E, pelo amor de Deus, desista de estudar esse animal pitoresco, arrogante e dotado de uma noção de supremacia incompatível com o equilíbrio do planeta.
Esqueça também as questões mais comuns à nossa sociedade até chegar nas particulares de uma só mente. Mimimi, seu esquerdista, comunista, vagabundo! Coloque no mesmo pacote o Direito, a Administração de Empresas, ou ainda o Cinema, o Design e a Dança que tornam o viver mais suportável.
A verdade é que quando penso num presidente que não fica nem um pouco constrangido em questionar o trabalho de tanta gente competente, de alguns milênios de história ou de bilhões de anos de evolução, acabo por voltar a Aristóteles: “o ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”.
Antes de terminar, e apesar do título, não embarco na disputa de relevância entre as áreas do saber. Nossos bichos, nossos alicerces e nossa saúde… todos eles precisam de bons profissionais apaixonados por seu ofício e que, no fim do dia, estejam felizes em somar na construção de uma história rica, que é e sempre será objeto de estudo, vejam só, das ciências humanas e sociais. Juntos vamos em frente.