Bolsonaro conseguiu a proeza de tirar um ministro de semblante leve, comunicativo, atualmente quase um unanimidade num Brasil dividido, o Mandetta, para colocar um novo que tem zero simpatia. Ainda que o currículo do estreante seja bom – e não duvido que seja – precisaria de alguém que cativasse logo de cara os mais de 76% da população que apoiavam o anterior.
O novo ministro da saúde, Nelson Teich, pode ser competentíssimo, mas somos um povo que precisa do vínculo afetivo para comprar narrativas. Fora a sisudez de um personagem do Almodóvar ou de um seriado do Miguel Falabella que já vem estampada no rosto de um Teich assustado, soma-se a mensagem de que Bolsonaro não lida nada bem com a popularidade alheia.
Escrevam aí: nunca é fácil ser “o” substituto. Numa tempestade em alto mar então… Agora imaginem só ter de entrar defendendo medidas que vão na contramão das melhores práticas globais, e com consequências às quais todos nós já fomos devidamente avisados. É para rasgar o currículo e manchar a carreira de qualquer um.