É claro que não, mas digo de forma empírica que se acentua/atenua com o passar do tempo: o que eu conheço de gente que ficou mais chata com os anos…
Precisamos diferenciar o caminho pessoal (consciente ou não) que se toma – e que depende exclusivamente de nossa predisposição a sermos ou não mais tolerantes com as diferenças alheias – do comportamento coletivo: “eu estou mais chato, não o mundo”. Podemos falar por nós mesmos, nunca pelo grupo.
A conectividade e as interações online permitiram que as chatices individuais se tornassem mais latentes e reverberassem a todo instante em nossas timelines. “O mundo está mais chato” para MUITA gente. Opinamos sobre tudo e comentamos com propriedade todas as notícias. Já imaginou que loucura isso ainda mais tendo em vista a recente pesquisa conduzida pela ONG Ação Educativa que concluiu que apenas “8% dos brasileiros sabem se expressar plenamente”?
Falamos e não nos entendemos. Confundimos os pontos, interpretamos errado e partimos para novos compartilhamentos criando uma onda de desinformação assustadora em nossa rede. Vamos além: achamos que podemos falar do comportamento dos outros sem olhar para o nosso. Entramos em uma guerra pessoal para destruir argumentos, os gostos e as preferências contrários certos de que isso é uma coisa natural. Não há nada mais chato do que isso! Acredite em mim: você pode ver BBB, ler Veja ou Carta Capital, detestar seriados e ainda gostar de Justin Bieber… Ninguém tem nada a ver com isso.
É preciso dizer que nessa loucura que são as redes sociais (onde todos falam, mas não se escutam), somos responsáveis por darmos volume e corpo à chatura coletiva. E é com consciência que o coletivo, o senso de comunidade, PRECISA sobrepor o egocentrismo desses semi-deuses que nos tornamos, fazendo-nos enxergar que relações não se constroem ou se destroem em um clique. Respeito é bom e todos nós gostamos; não precisamos necessariamente saber de tudo o tempo todo. Um mundo de sabichões seria uma chatice só.
Hoje quem fala, não escuta. Quem se expressa, não quer lhe ouvir…exceto, se compartilhados da mesma opinião. Se a opinião for contrária, pronto: a amizade acabou, a discórdia começou. E o motivo, acho eu, é que algumas pessoas estão se achando demais de si mesmas, tão demais, que o que elas fazem e acredit já basta. Chato isso né? Pra que perder tempo com alguém assim né?
Exatamente como eu penso!