Coração na boca, metendo os pés pelas mãos, ele anda
Até que encontra ela, na beirada, e se torna sua linha de chegada
Ela mora no coração dele e não foge… Aceita de bom grado tamanha bajulação
Não por amor, mas por querer abraçar o mundo com as pernas
Que seja tudo dela!
Olhos maiores que a barriga, amigos preocupados, metem as línguas nos dentes
Tamanha precaução é bobagem, diz ele, que está feliz… Não estão vendo?
– Continuarei preso a ela com unhas e dentes!
Da boca pra fora…
Porque inseguro solta tudo, e ela o devora com os olhos
– Reclama de barriga cheia… Não está satisfeito?
Critica e tem mais crítica, pés nervosos, palpitação
O corpo fala e a repulsa sentida não é dita
– Põe a mão na consciência; é verdade?
Ele sente pela primeira vez que ela escapa por seus dedos
E que coração dos outros é terra onde ninguém pisa
Vai sem remorso, mas em mil pedaços